Creio que não exista melhores palavras para descrever Elude do que as dos próprios desenvolvedores:
Elude aims to raise awareness for depression and to inform about this dangerous illness. It is specifically intended to be used in a clinical context as part of a psycho-education package to enhance friends’ and relatives’ understanding of people suffering from depression about what their loved ones are going through.
Modeling what depression feels like by contrasting it with other mood states (normal and happy), Elude portrays depression metaphorically. The various parts of the game-world represent emotional landscapes that correspond to different moods with the gameplay changing according to mood changes. The core gameplay (i.e. “normal mood”) happens in a forest filled with “passion” objects that resonate and act as power ups when one calls out to them. Only when infused with passion is it possible to overcome the obstacles on the way to the tree tops, where one reaches “happiness”.
(Elude tem como objetivo conscientizar sobre depressão e sobre o perigo dessa doença. Foi especificamente desenvolvido para ser usado em um contexto clínico como parte de um pacote de educação psicológica para que amigos e parentes de pessoas que sofrem depressão entendam melhor o sofrimento pelo qual depressivos passam.
Modelando a maneira pela qual a depressão se apresenta a partir de um contraste entre estados de humor (normal e feliz), Elude retrata a doença metaforicamente. As várias partes do mundo in-game representam os estados emocionais correspondentes a diferentes humores, enquanto que a jogabilidade muda de acordo com essas mudanças de humor. A jogabilidade central (i.e. “humor normal”) acontece em uma floresta cheia de objetos de “paixão” que ressoam e funcionam como power ups quando o protagonista os chama. Somente com paixão é possível superar os obstáculos para atingir o topo das árvores, onde o protagonista alcança a “felicidade”.)
Joguei Elude pelo menos três vezes e somente na última delas percebi qual era o ponto do jogo. A metáfora que ele põe para a depressão é bastante clara, representando bem os lugares de alegria e tristeza pelos quais uma pessoa deprimida passa.
Mas o final é a parte mais atraente de todo o jogo. Depois de você ter ido para cima, para baixo, e ter se perdido no meio das árvores que representam o estado neutro do protagonista, você chega ao fim. E ali parece que é o fim, parece que o protagonista não tem mais nenhuma chance a não ser se entregar. Mas minha curiosidade fez com que eu quisesse voltar e eu descobri que, apesar de todos os altos e baixos que o jogo te propõe, o importante é fazer a decisão certa no final.
Não importa quão feliz ou quão triste você tenha sido até aquele momento, o importante é sempre tentar voltar daquele estado horrível. E foi isso o que fiz. Creio que esse tenha sido o final bom pretendido pelos desenvolvedores – e eu acredito que eles quiseram colocar um final bom.
De qualquer maneira, Elude é um indie game despretencioso e reflexivo. Apresenta metáforas razoáveis para o estado depressivo e confronta o jogador com a escolha ao final do jogo.
Para jogar (site oficial do Gambit Game Lab): http://gambit.mit.edu/loadgame/summer2010/elude_play.php