Indie Games Selection – Hollow


Nele, o jogador comanda um personagem sem nome, que parece ser um zumbi ou um fantasma. Ele é inteiro branco-luminoso, tem um olho maior que o outro e uma cabeça excepcionalmente grande, que é inclusive usada para atacar da única maneira que ele pode: dando cabeçadas. Parece hilário quando eu falo assim mas a aura do jogo é bastante mórbida, melancólica e sombria para que essa aparência dele tenha quaquer humor naquele que joga.

O seu dever é passar por todas as 20 fazes. Aparentemente o seu personagem está preso dentro dessa caverna escura, e precisa sair dali. Existem armadilhas com espinhos, plataformas que se mexem e monstros que atrapalham o protagonista. Alguns monstros, inclusive, parecem que necessariamente querem consumi-lo, sendo muito rápidos e chatos de se evitar.

Com apenas uma pancada o protagonista morre, mas volta imediatamente para o começo da fase, na mesma velocidade que em VVVVVV ou em Super Meat Boy, o que é muito bom. Não tem checkpoint nas fases, mas como elas são curtas, voltar rapidamente ao começo é uma vantagem do jogo.

Além disso, o jogo te estimula a experimentar se arriscar de outras maneiras ao oferecer “achievements”. Existem 20 no total, se não me engano, e eles são do tipo que se você matar 3 inimigos de uma vez só, você ganha o troféu daquilo. Eu ainda não consegui fazer todos os achievements, mesmo porque o jogo fica bem difícil nas últimas fases e só o que você pensa é sair dali daquela caverna.

A estética é bem simples, com o cenário e o personagem tendo bordas pixeladas, as cores sempre melancólicas e os montros chatos como devem ser.
A trilha sonora é muito boa, apesar de ser uma só durante o jogo. Mas ela é boa o suficiente para você tanto querer ficar ouvindo, quando não se incomodar de ter ela como plano de fundo enquanto joga.

Hollow é um indie game bom para se jogar durante uma meia hora ou por vários dias se você quiser e tiver tempo, porque ele oferece desafios e jogabilidade sufientes para que o jogador se envolva dessa maneira.

Eu só queria que o lado sombrio fosse mais explorado de uma maneira mais sustanciosa, sem somente depender da imagem figurativa daquele protagonista, da estética do cenário e da estética dos sons. Diferentemente de Grief, eu não me senti impelida a jogar o jogo por aquilo que ele está tratando junto com a vontade de querer vencer o desafio; em Hollow eu só queria passar as fases porque a jogabilidade me agradou. A ambientação do jogo não foi suficiente para me expor à esse sentimento de vazio, de buraco. Claramente percebe-se que tem algo faltando no jogo, mas ficou faltando explorar isso que estava faltando (falei dessa maneira propositalmente).

Em Grief, eu me assustei algumas vezes inclusive com a aura pesada do jogo, com os suspiros de fundo. Em Hollow, somente o dispositivo lúdico me ofereceu estímulo; infelizmente, o vazio que eu percebi do jogo foi a própria ausência desse vazio.

Você pode jogar Hollow aqui: http://www.kongregate.com/games/TimeBlog/hollow