Resenha: 999 – Nine Hours, Nine Persons, Nine Doors

Para quem gosta de thriller japonês esse é o jogo, e eu não esperava por isso. Se você já se “contaminou” com Battle Royale, Gantz, Higurashi Naku Koro Ni, Umineko Naku Koro Ni, Shiki e variantes, você provavelmente vai gostar desse jogo. Se você gosta do estilo light novel também, vai gostar mais ainda. 999 é um jogo tenso, sério e, apesar de ser um puzzle, violento.Acho que todo mundo já ouviu falar da série Crimson Room, certo? É um jogo em que, sem explicação nenhuma, o protagonista encontra-se trancado em um quarto e dele deve sair de alguma maneira, resolvendo charadas que se encontram dentro do próprio quarto. Esse é um puzzle clássico do gênero escape, e ficou muito famoso na internet. Tão famoso que tem uma compilação da série para PSP.

Quem conhece esse jogo, conhece também uma aura eerie que ele tem. É uma espécia de agonia que dá, como se o jogo fosse extremamente macabro, mesmo que nele não tenha nenhum elemento de terror. Com exceção de uma caveira no Viridian Room. Mas ainda assim, não é um horror, não é jogo de susto. E por não ser nada disso é que faz com que a aula dele seja tão pesada. 999 é a mesma coisa.

A história a princípio é ao mesmo tempo fácil e complicada. Fácil porque as regras do jogo são simples. Difícil porque as regras da história são difíceis.
O jogador tem que comandar Junpei, um estudante universitário que do nada acorda num quarto de um navio cruzeiro. Ele não se lembra como foi parar ali e, quando vê que seu quarto começa a encher de água, tenta escapar do aposento com todo o raciocínio que tem. “Livre”, ele encontra outros 8 personagens que estavam na mesma situação que ele. Todos eles não sabem como foram parar ali, lembram apenas que foram sequestrados por um homem com uma máscara de gás e cada um tem um bracelete misterioso com um número que vai de 1 a 9. Em pouco tempo, todos ficam sabendo que eles estavam ali naquele navio participando de um jogo chamado Nonary Game, em que a vida deles está em jogo (pun intended). Eles precisam andar pelo navio resolvendo puzzles afim de achar uma porta com um número 9, no tempo limite de 9 horas. O problema é que nem todos podem passar pelas portas de uma vez. Eles devem se dividir, excluir pessoas, deixar alguns para trás. E é aí que a tensão começa.

De início, parece somente um escape puzzle, tem vário personagens, quando há a possibilidade o protagonista (jogador) pode interagir com eles, não tem tempo para terminar os puzzles… enfim, tudo normal. Mas o jogo é também uma visual novel com estilo de light novel. Então tem muito texto. Muito narrador em terceira pessoa, misturado com narrador em primeira pessoa, misturado com foco narrativo câmera, misturado com muita, mas muita descrição. Acurada. E isso é o mais sinistro.
Sinistro porque o jogo não é brincadeira. O metajogo (Nonary Game, o jogo dentro do jogo) é menos brincadeira ainda. Se você reparar, a classificação de 999 é para maiores de 17 e isso não é para menos. Apesar de a jogabilidade ser bem simples, por ser um jogo no DS em que você pode ter só um comando (clicar com stilus), e apesar da dificuldade dos puzzles ser só mediana (para quem jogou Professor Layton, algumas charadas chegam a ser piada) a história não é. As decisões a serem tomadas não são. E a música piora tudo. A conversa entre os personagens e a existência destes piora tudo. É uma briga pela sobrevivência. Não é um jogo tranquilo, longe disso. Oposto disso.


Primeiro que não dá pra fazer tudo em um jogo só. Existem seis finais diferentes, e isso percebe-se na hora porque logo no começo o jogador tem que decidir por qual porta passar, e ela são excludentes. Essa decisão se repete mais duas vezes no jogo. E não é só isso. Nos diálogos, por vezes o jogador terá que escolher entre uma opção ou outra de resposta/pergunta, que, creio eu, não interferem com o outro personagem, mas interfere no tanto de informação que o jogador adquire para descobrir o mistério.
Outra coisa, meio spoilerenta (se não quiser, não leia, pule esse parágrafo): o jogo é violento. Em que sentido? No mesmo sentido em que um livro como Cidade de Ladrões pode ser violento. Em outras palavras: não há nenhuma imagem de nenhum cadáver, apesar de as pessoas morrerem nesse jogo, mas a descrição do narrador que se disfarça na voz do protagonista é extremamente precisa. É aterrorizante. É como descrever cada detalhe de Gantz para outrem. E, no meu pensamento, acho que o autor da novel teve que estudar anatomia do mesmo jeito que o desenhista de Gantz.

 

Quando eu terminei a primeira arc, fiquei aterrorizada. Não aterrorizada por causa da morte ou coisa parecida, mas simplesmente pelo jeito que a história terminou. Uma fúria intensa foi invocada e eu imediatamente comecei a jogar de novo, para resolver outra arc. Até agora resolvi duas, sem final feliz. Ou seja:


Ainda tenho mais 4 arcs para terminar e me (talvez) contentar. Espero que os produtores não tenham sido trolls e tenham deixado a verdade pairando no ar para a “imaginação dos nossos jogadores”.
De qualquer maneira, 999 é um jogo que vale muito a pena. Não tenho nenhuma sugestão de nota porque eu não dou notas para jogo. Apenas falo o que penso sobre ele e sobre o que ele me oferece e posso dizer, em cinco horas de jogo, que é um jogo muito bom.

  • http://www.yny.com.br Dienes

    Interesante o jogo, mas gostei mesmo foi do nome, muito criativo.

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  • Anonimo

    É bem criativo mesmo é só vira ao contrario que vira 666(du mal).

    • http://supersugoi.net Clarissa

      O jogo é bem mais “du mal” do que isso… acredite.