A temporada de animes nesse verão (no hemisfério norte) não começou tão animada quanto a outra porque a anterior trouxe para a tv muitos animes baseados em mangás ou light novels já há muito estabelecidos no mercado cultural japonês. Por exemplo, The World God Only Knows, Deadman Wonderland e Ao no Exorcist. Até para Denpa Onna to Seishun Otoko já havia uma certa expectativa de quem já conhecia a light novel, mas eu acho que esse anime surpreendeu em especial em razão do traço e da beleza das personagens.
Ainda assim, a temporada está com animes interessantes e muitos deles cativantes, que fazem você querer ver todos os episódios de uma só vez.
YuruYuri para mim, à primeira vista pareceu um anime yuri (olha o nome), só de garotas que ia se centrar em uma comédia tão fraca quanto de A Channel. Mas, até agora o anime não teve nada a ver com isso, e se mostrou ser muito mais Ichigo Marshmallow do que o desenho simples poderia aparentar.
Pra começar, a personagem principal não tem muita presença, o que coloca em cheque a sua própria posição de protagonista. Quem tem mais destaque é Toshino Kyoko, uma menina hiperativa que desenha muito bem, otaku e doujinshika. Ela é aleatória o suficiente para deixar o anime engraçado.
Claro que ela não é o único pivô da comédia. As duas outras personagens também fazem, principalmente a Chinatsu, que se parece com uma majou shoujo chamada Mirakurun (e tem uma personalidade totalmente oposta) e Ayano Sugiura, que é a vice-presidente do conselho estudantil. Ela tem um modo de operação especial: quando ela tira os óculos e entra em um mundo de fantasia yuri, e vários litros de sangue escorrem de seu nariz.
E por isso vi que eu não estava tão errada, afinal de contas. No anime só tem pessoas do sexo feminino. Não que as personagens sejam só meninas como em Touhou ou como em Koihime Musou, onde existem personagens masculinos, mas estes nem chegam a ser personagens terciários; são todos figurantes mesmo. Em YuruYuri, nem isso tem. Ao que parece, só existe mulher naquele mundo mesmo.
Mawaru Penguindrum me chamou muito a atenção. Eu vi muita propaganda dele no final de alguns animes a temporada passada, e fiquei intrigada. Uma coisa só que me deu receio foi saber que é do mesmo diretor de Utena. Ainda assim decidi dar uma chance.
Acontece que o anime é psicodélico. Ponto. Em primeiro lugar: pinguins? Gatos, coelhos, cães eu até entendo a razão do appeal, mas… pinguins? Claro que isso é uma implicância meio sem fundamento porque eu melhor que todo mundo sei que a cultura consegue fazer tudo ficar bonitinho… Até o Cthulu (abaixo)!
Então, pinguins são o mascote tema desse anime.
Em segundo lugar, a abertura é conceitual. Eu tenho boas experiências com animes que tem a abertura ou a ending assim. E ainda por cima quem canta é Etsuko Yakushimaru, uma das vozes mais suaves que podem existir.
A estética do anime também é uma coisa que chama muito a atenção. Partes muito coloridas em contraste com fundos pálidos, personagens com bocas excessivamente grandes, traços incompletos.
Além de tudo isso, logo no primeiro episódio já nos é mostrado um drama familiar extremamente forte, que claramente não promete nada de bom. De repente, tudo muda e o anime fica louco de vez. E daí começa o tal negócio da survival strategy. E é só isso que eu tenho para dizer sobre esse anime. Qualquer coisa a mais é spoiler.
Natsume Yūjin-Chō San continua no ritmo de sempre. Pelo menos no ritmo de sempre que eu lembro. É um anime em que Natsume conta sua própria experiência e relação com o mundo youkai, com suas resoluções acerca disso e com os desenvolvimentos dos conflitos que resultam em novas amizades.
Youkais cruzam o caminho do protagonista, eles podem ser bons ou maus, sempre há um pequeno mistério por trás da história do episódio que quase sempre tem relação com a avó de Natsume. Eventualmente, Natsume devolve para o yukai o seu devido nome, o que faz com que Natsume crie outro tipo de laço de amizade com esses youkais.
Os episódios são tão interligados em si e a série é tão bem construída que o episódio da terceira temporada não é o número 1, e sim o número 27 (a segunda temporada teve 26 episódios). Como se as coisas que acontecem nesse primeiro episódio da terceira temporada fossem o dia seguinte do último episódio da segunda.
O anime acaba tendo uma continuidade agradável, e seu estilo permanece constante.
Não posso ficar entrando em muitos detalhes em relação ao episódios e aos outros personagens porque tudo é muito interligado. Posso acabar entrando em detalhes e soltando spoilers desagradáveis.
A volta de Natsume me inspirou, então o próximo especial galeria será sobre esse anime.
Em breve: a segunda parte.