Esse é o primeiro slice-of-life que eu assisto em que todos os protagonistas são garotos. E o anime consegue ser bom sem precisar apelar para o fanatismo fujoushi de alguns: não tem nada a ver com shounen-ai ou yaoi.
Não tenho nada contra esses dois gêneros, mas reconheço que eles servem de pretexto para atrair e afastar certos tipos de público. Eu também reconheço a polêmica do tema, que em alguns países é uma coisa ainda deixada de canto, velada, guardada em segredo, enfim. O que eu quero dizer é: não deixe se assistir Kimi to Boku. (caso você se interesse por ele) por conta desses preconceitos sem fundamento.
Kimi to Boku. também é um dos animes mais sensíveis que já assisti, juntamente com Usagi Drop. Ele tem uma proposta muito simples: mostrar os dias de ensino médio de quatro amigos, que rapidamente viram cinco.
O anime conta em casa episódio sobre um fato da vida cotidiano: festival da escola, provas, conhecer outras pessoas, o que fazer no verão, etc. E o que acontece no episódio é narrado por um dos protagonistas, que relaciona os eventos daquele dia com alguma coisa que aconteceu no passado.
Dos cinco amigos, quatro são amigos de infância. Quando um deles narra a história, eles lembram de quando ainda estavam no jardim de infância, e reflexivamente percebem o quando cresceram e mudaram em alguns aspectos, e o quando continuam sendo as mesmas pessoas em outros.
Os personagens se desenvolvem lentamente, mas com firmeza, ganhando destaque por suas características única. Shun é o mais gentil de todos, que geralmente é confudido como sendo uma garota. Kaname é o típico representante de classe e membro do conselho estudantil. Os gêmeos Yuuki e Yuuta são do tipo cômico mas que nunca mudam a expressão (eles nunca sorriem, por exemplo), e Chizuru é o hiper-ativo shounen bakuhatsu.
Kimi to Boku. é muito simples, mas completo em cada episódio. É gratificante ver como os personagens se são bem entre si, como são companheiros, e como eles refletem as situações de maneira séria mas sem exagero. Não tem dramas, não tem intrigas profundas: há somente a passagem do tempo e as ações que são feitas ao longo disso.
O que se tem a dizer sobre esse anime é muito pouco, porque realmente muito pouco acontece. Mas isso não desvaloriza o título nem um pouco. O ritmo é levado de uma maneira tão confortável que os 12 episódios praticamente somem. E as coisas são tão sutis e delicadas, os pequenos eventos narrados são tão simples mas ao mesmo tempo bem colocados, que Kimi to Boku. trás uma grande tristeza quando acaba. Eu fiquei triste. E de vez em quando assisto um episódio ou outro.
Aguardo ansiosamente a segunda temporada.
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