De primeira eu tive receio com os comentários que eu estava vendo por aí desse anime. Coisas do tipo: “bonitinho mas de história fraca” e “visual sem conteúdo”. Acho que todo mundo errou. O anime desenvolveu e surpreendeu. Claro que eu não posso esquecer que quem falou isso foram usuários do 2ch, ou seja, trolls.
Aqui vai um conselho de quem já assistiu quase 200 animes: se você for no site da ANN e ver isso aqui ó -> Animation Production: SHAFT <- assista porque, provavelmente, você não vai perder seu tempo. Ultimamente a SHAFT tem participado de projetos não só excelentes na história mas também excelentes na animação. Quem aí não ficou marcado com o estilo esquisito de Zetsubou? Quadros entrecortados com outros quadros estáticos, animação lisa, focos inusitados, sombras inesperadas, etc. Quem assistiu Bakemonogatari também sabe do que eu estou falando.
A animação da SHAFT é quase viciante. Realça o anime de tal maneira que é difícil desgrudar os olhos da imagem. Denpa Onna to Seishun Otoko é um anime que, além de ter uma história atrativa à primeira vista, tem uma visual próprio que já é único. Adicionando SHAFT nisso o que você tem?
Exatamente. Vejam:
Muito bonito o traço e muito esquisito alguém enrolado em um futon. Mas a história é bem nesse estilo mesmo, cheia de pessoas estranhas.
O protagonista desse anime se chama Makoto Niwa e, tendo os pais deles decidido viajar por aí, ele teve que mudar de cidade e ir morar com a tia mais nova, Touwa Meme. Essa tia, apesar de não tentar ignorar e esconder o fato, tem uma filha de 14 anos chamada Touwa Erio que vive enrolada em um futon, só comendo pizza e assistindo aqueles ruídos de quando uma TV não acha o canal.
Ela diz para o protagonista que é um ET e que está ali naquela casa para proteger a cidade e cuidar de experimentos que são feitos nela. Ela age como se fosse uma pessoa vinda de outro planeta e fala de uma maneira bem complicada. Makoto então, conforme vai conhecendo sua prima e o que aconteceu com ela no passado, decide convencê-la de que ela não é um ET e assim vai ajudá-la a voltar para a sociedade.
O enredo parece ser um pouco auto-ajuda e lição de vida, mas não tem nada disso. O ponto principal dessa história é a passagem do protagonista pela puberdade e de que maneira ele encara isso. Apesar de a história parecer meio fraca, o modo como ela é desenvolvida é o interessante do anime. E claro, qualquer história, dependendo da maneira como for contada, pode ser extremamente interessante.
E também é tudo uma questão de gosto. A animação da SHAFT deixa tudo muito mais interessante porque foca em olhares e expressões que muitos animes não focam, além do traço ser belíssimo. Mas tem gente que não gosta da SHAFT, então provavelmente não vai gostar desse anime.
Outra coisa que encanta são as músicas de abertura e de encerramento. A de abertura é muito boa, cantada por Asuka Oogame, a dubladora da Erio. Ela não é muito famosa, dublou poucos papéis, mas a música é cativante e a interpretação dela da Erio é ótima. E o encerramento é cantado por uma das minhas cantoras japonesas favoritas, Etsuko Yakushimaru, a mesma que canta as músicas de Arakawa Under the Bridge (aquela voz suave e delicada).
Minha opinião é que o anime é excelente, e pela soma dos fatores que eu falei acima, é um dos melhores da temporada. Continuo adorando outros animes que estão passando, mas esse, por ser novo, está na no topo da lista.
E claro, eu gosto de ver coisas bonitas.